domingo, 22 de julho de 2012

Tecto Branco

Quão bom não é poder deitarmo-nos a contemplar um tecto branco e somente branco. Não tem riscas, nem bolas, nem quadrados, nem flores... é branco. Apenas branco. E no entanto, pode ser o que quisermos. Pode ser flores, quadrados, bolas, riscas, um cavalo, tudo. Pode ser tudo. Ou pode ser nada. É como uma tela em branco prestes a ser pintada, mas por pensamentos, por ideias, por medos, por preocupações... por tudo, mas também por nada. Quão bom não é poder ficar a olhar esse nada, esse vazio que no fundo é o simples branco, que nos acalma, que nos transforma em branco também. Apaga-nos de tudo por uns momentos, como que se, ali, a contemplar aquele tecto tão e somente branco, fôssemos o branco também e deixássemos de existir.
Por isto pergunto, quão bom não é poder deitarmo-nos a contemplar um tecto somente branco?

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